mjr Escreveu: 28 mar 2019, 23:40
Nas cidades é claramente assumido pelos OPC que o negócio é lucrativo, devido à taxa de ocupação elevada dos postos. Curiosamente é nas cidades que o valor cobrado pelos OPC é menor,,,
Há aqui algum desconhecimento de como é que funciona o modelo dos PCRs fornecidos pelo estado. Eles não foram "dados", houve um concurso público onde QUALQUER empresa podia concorrer e além de outros critérios um deles era o preço de utilização dos postos. Por isso vemos situações como na avenida de França no Porto onde temos um PCR a cobrar 0,043€/minuto e ao lado um PCR do mesmo operador a cobrar 0,08€/minuto. O primeiro é o posto concessionado e tem o preço contratualizado durante vários anos de acordo com o concurso público, ou seja foi o OPC que ofereceu as melhores condições.
Quem lida com estes temas há algum tempo sabe perfeitamente como é que as coisas se passaram, os concursos são publicos, logo acesiveis a quem tiver interesse em saber mais do assunto.
É obvio que há mais custos para além dos carregadores, mas que os equipamentos oferecidos já são uma grande ajuda, não há duvidas.
Não vou afirmar perentoriamente que o preço x ou y é exagerado, mas também não vou dizer que os operadores são uns coitadinhos, longe disso, felizmente temos exemplos de custo de carregamento noutros países da europa, com poder de compra bem mais elevados do que em Portugal, onde os carregadores não oferecidos, mas mesmo assim os preços são competitivos.
mjr Escreveu: 28 mar 2019, 23:40
Temos que adicionar a informação de que após a concessão tinha sido indicado um prazo de alguns meses até entrar a fase comercial, algo que na realidade aconteceu bem mais que um ano depois como todos sabemos. Durante este prazo toda a eletricidade consumida pelos TVDE (Uber), táxis e residualmente utilizadores "normais", numa base de utilização 24/7 dos postos de cidade (Porto e Lisboa!) foi paga pelo OPC. Mais as tarifas de potência contratada, que também sabemos não serem nada simpáticas, Essas dezenas de milhar de Euros em eletricidade também têm de ser, eventualmente, amortizadas.
Quem achar que é um negócio fácil com lucros elevados pode constituir-se como OPC. Força! Eu já pensei várias vezes no assunto como investimento pessoal mas nunca consegui justificar num prazo de 5 anos o investimento inicial, pelo menos com o custo atual dos PCR. Mesmo sem contar com esse custo fica em muitos casos difícil de justificar a potência contratada! Por isso não caio no erro fácil de me queixar dos outros.
Peço, mas sei que não vai dar em nada, que quem achar caro que apresente contas a provar os elevados lucros que essas empresas têm por terem tido os postos "à borla". Por exemplo, que expliquem os elevados lucros do PCR da A23 que fica dias sem ninguém lá pôr os pés. Afinal, foi "à borla".
Podem dizer que o modelo é complicado, pouco ágil, com um ponto de falha central, etc, mas ao queixarem-se dos preços, neste fórum, gostava que fossem mais além.
É um facto que os pagamentos começaram muito depois do que seria supostos, Novembro de 2018, quando a mobi.e já havia anunciado a data de 31.07.2017 para o arranque dos mesmos.
Mais uma vez, tudo o que aconteceu entre esses 2 períodos não pode servir de desculpa para nada em meu entender, talvez alguma compreensão pela não reparação atempada dos postos, como tantas vezes o referi, sobretudo no facebook.
Se os operadores não foram capazes de estabelecer um contrato a salvaguardar os seus interesses, esse é um problema apenas deles e mesmo que o tenham feita e o Estado não tenha cumprido a sua parte, os tribunais existem para isso mesmo, agora vir alegar que os preços têm de ser mais elevados por este atraso é mais uma vez a forma mais fácil de resolver a incompetência generalizada que se vive na ME.
Esta não é uma realidade desconhecida das empresas que prestam serviços ao Estado, sofrendo muito para receber, com prazos bem acima 3, 6 meses, para isso é preciso ter alguma estrutura e capacidade para continuar a sua actividade, não é para qualquer individuo, o mesmo acontece com a ME, não basta eu ou outra pessoa qualquer pessoa exige algum fundo de maneio.
Precisamos de empresas que olhem para a ME como uma oportunidade de negócio, mas que ao mesmo tempo perceba que a ME é estratégica e uma necessidade.
Por isso o exemplo do postos da A23 é mais do que uma perspectiva de negócio, tem de ser encarado como uma perspectiva de investimento/alargamento da rede, que a seu tempo se espera que se torne (pelo menos) auto sustentável, devendo o seu operador diversificar os sues pontos da rede em locias mais lucrativos (nests caso até estamos a falar de um operador que se poderá tornar um gigante devido à sua ligação à rede Ionity)