Clubeletricos.com

Caros amigos,

Decidi abrir um mini-DB aqui no fórum Nissan Leaf. Já tinha aberto um no fórum Prius-PT e parecia-me que não fazia sentido outro, porque resultaria em cross posting. No entanto, tenho visto que, na maior parte, os utilizadores dos dois fóruns não são os mesmos, eventualmente alguns lerão o outro fórum, mas se eu quiser ter as recomendações dos utilizadores daqui, certamente que eles não se vão inscrever no outro fórum para me responder ou para subscrever o thread.

Vou tentar manter o cross posting no mínimo, com excepções para a partilha de dados crús.

Então, tanto quanto me foi dado saber, e já o disse no fórum Nissan Leaf, eu adquiri o último Ioniq EV que havia em stock até Dezembro. Assim, não pude escolher a cor: é preto. Para quem guia um híbrido há 3 anos, a preocupação aqui é já o consumo: preto vai aquecer mais, vou sentir mais calor e usar mais ar condicionado.

Após longa espera, entregaram-me o carro no dia 26 de Setembro (nunca cheguei a perceber porque não no dia 25, data que está na factura, na matrícula, etc). O incentivo do estado chegou duas horas mais depressa, no mesmo dia, tive o n.º 841.

Esta foi a minha primeira visão do tablier, com 12km.



E esta é a foto de família, na garagem, o Ioniq EV e o Prius+.

Boa, ainda bem que decidiste participar aqui
Esse carro é ou não é a coisa mailinda?

Como correu a viagem ao Algarve?

Do arco riberinho do Tejo a Faro em duas etapas

No fim de semana passado, o Ioniq estreou-se numa viagem ao Algarve. O facto de poder fazer esta viagem em duas etapas foi uma das razões para escolher o Ioniq. Nenhum dos seus rivais, Zoe ou Leaf de 2018, apesar do maior alcance, poderia fazer melhor.

Para mim, a viagem são qq coisa entre 260km e 270km conforme o percurso. Se escolher 100% auto-estrada, são 260km e o PCR de Aljustrel fica bem a meio aos 130km. Então esta foi uma viagem por AE com paragem no PCR de Aljustrel com o cruise control sempre nos 120km/h.

Não quis sair com o carro carregado a 100%. Por um lado, como o PCR é exactamente a meio caminho, e não tencionava carregar no PCR além dos 80%, não queria desequilibrar as coisas. Por outro, influenciado pelo DB do BrunoAlves, achei que nem tinha de me preocupar. Fiz o que tinha de fazer nesse dia e acabei por sair a 87% com 200km de autonomia.



Era seguro. O carro mostra no meio do velocímetro a distância ao waypoint e a autonomia. Enquanto uma fosse menor que a outra, estava tudo bem. Caso o PCR de Aljustrel estivesse avariado, a distância a Beja, com postos lentos, seriam 45km...

No princípio andei bem depressa, fiz muitas ultrapassagens, parecia que tinha margem para isso. A diferença entre as duas esteve muito tempo nos 50km. O problema é que isto foi à tarde e estavam 35 graus (AC a 24). Para baixo dos 90 de autonomia, a diferença foi diminuindo, 45, 40, 35, 30, 25... Foi pior do que imaginei, ficou claro que o plano de contingência para Beja já não ia ser possível.

Claro que bastava ter reduzido a velocidade para os 115km/h para eliminar quaisquer receios, mas eu não o quis fazer porque queria obter o benchmark. 3km antes do PCR surgiu o aviso de bateria fraca.



Carreguei o carro acho que a 91%. A média de 13,4kWh/100km que o carro está a indicar é relativa não só aos 130km de viagem, inclui também os quase 30km que tinha feito de manhã.



À saída do PCR de Aljustrel estava preocupado, naturalmente. A média do carro reiniciou-se automaticamente com o carregamento, e durante os primeiros 20-30km estava nos 22kWh/100km. Essa média podia-me obrigar a abastecer no PCR de Loulé em vez das duas etapas planeadas.

Não sei se foi da temperatura, se a influência da aceleração ao entrar na AE, se o facto de entre Aljustrel e a serra ser uma subida ligeira mas constante... O facto é que assim que cheguei à serra, a média começou a descer abruptamente e estabeleceu-se abaixo dos 17kWh/100km.

A segunda etapa acabou por ser facílima. Ainda por cima, não é 100% AE, os últimos kms até Faro são a 50-70km/h, por isso não havia o menor receio.

Fica a foto da média ao sair da A2 para a Via do Infante, 16,6kWh/100km contados nos 95km desde o PCR de Aljustrel e a foto da chega a Faro, 42km depois, com a média de 15,1 e uma autonomia de 31km que provavelmente era pessimista.



Esta viagem durou 3h06' com uma paragem de quase 40'. Eu queria ter demorado menos tempo na paragem, e ter carregado só até aos 80% mas são 3 filhos de colo, e houve mudanças de fraldas, etc.

O Regresso

No regresso dei umas voltas a mais. Queria introduzir no electromaps o posto de carregamento no IKEA, mas ainda não estava lá. Mas isto não alterou muito os kms ou a média.

A viagem foi totalmente tranquila. Havia um vento fraco de sudeste (4km/h) que me ajudou tanto na Via do Infante, como na A2, embora rodando para este para o final da viagem. Cheguei ao PCR de Aljustrel com 49km de autonomia (dava para ir a Beja). Tive de deixar o lugar à sombra para um Zoe que apareceu depois, porque os cabos dos PCRs são tão curtos...



Finalmente, a média de 15,6kWh/100km ao sair da A12 e a média final nos 268km. A chegada a casa é mais fácil, porque o carregamento vai funcionar de certeza. Mesmo que não tivesse luz em casa, tenho um posto de 7kW a 10' a pé.

Mesmo assim, convém não esquecer que o percurso não está exactamente dividido a meio. Os 130km a norte são sempre AE, e os 130km a sul não são, isso dá médias diferentes...



Esta viagem teve a duração de 3h10' com uma paragem de 34' e o custo foi apenas o da portagem, porque à chegada deixei-o a carregar no Mobi-e aqui perto.

Eis o ecrã do histórico de consumo do carro abrangendo as duas viagens.



Em Faro, por falta de segurança na tomada na garagem dos meus pais, não pus o medidor de consumo, portanto não tenho confirmação do consumo na ida. Na volta, os dois abastecimentos foram na Mobi-e, de 19,31 kWh no PCR e de 25,2 kWh no posto normal. Isso dá uma média de 16,5 kWh/100km incluindo o consumo do carregador.

Se tomarmos como indicação para o consumo a 120km/h o intervalo entre os 15 e os 18 kWh/100km, então o carro teria um alcance em AE entre os 156 e os 187km. Salvo que não somos doidos para gastar a bateria até aos 0 por isso, diria 80% dessa distância com segurança: entre 125 e 150km. Medições feitas com calor.

Depois disso, o carro, que me vinha apresentando alcances de 233km, passou a apresentar apenas 218km.

BrunoAlves Escreveu:Boa, ainda bem que decidiste participar aqui

Pois, decidi. E, para os outros, este é o meu primeiro EV, daí precisar de algum aconselhamento. Claro que a febre dos consumos já vem dos híbridos. Nos híbridos não nos falta autonomia, mas a febre do consumo vem da necessidade de provar que um híbrido gasta muito menos.

Para quem quer saber se é um carro que dá para a família: eu tenho três filhos. Vão três cadeirinhas lá atrás, sendo uma delas apenas um banco elevatório. Senão, não dava.

Claro que vamos todos muito mais à larga e mais confortáveis no Prius+ (salvo a falta dos bancos ventilados). Mas com idas ao Algarve, porque dois filhos foram operados aos ouvidos e amígdalas em Lagos, cheguei a ter despesas de 380€/mês de gasolina.

Eu do que tenho feito, se quiser fazer condução para o consumo é baixar o ponteiro dos 120
Em AE com PCRs pode andar-se sem stress, se for necessário esticar sacrificam-se uns minutos e, a 100km/h, os consumos são muito mais agradáveis

Olá Migle!

Ainda bem que decidiu presentear-nos com o belo do ioniq.

Para início de DB, ficou logo uma viagem à maneira e que demonstra as potencialidades do veículo.

Gostei! Continue

migle Escreveu:Para quem quer saber se é um carro que dá para a família: eu tenho três filhos. Vão três cadeirinhas lá atrás, sendo uma delas apenas um banco elevatório. Senão, não dava.

Ao ler o tópico fiquei a pensar nisso! Muito bom, eu tenho 2 fedelhos e no Leaf não cabe um 3º seja banco elevatório seja só com uma toalha!

Essas médias são fantásticas, o Leaf para fazer esses 15/16 não convém passar dos 100... quanto mais ir a 120!

Tens ai 2 belas máquinas.

Muito boa sorte com o carro.

Erbium Escreveu: Ao ler o tópico fiquei a pensar nisso! Muito bom, eu tenho 2 fedelhos e no Leaf não cabe um 3º seja banco elevatório seja só com uma toalha!

Bem, cuidado: aqui também não cabe bem, convém não criar expectativas. Só encontrei uma maneira de caber e não é, ao contrário do que se esperaria e daria jeito, com o banco elevatório no meio. Fiquei um tanto desiludido, porque andei duas semanas com um Hyundai i10 emprestado pelo stand, com 3 lugares atrás, e aí também não cabiam as três cadeiras.... A lógica é que esperava que aqui coubessem.

Não sei se o Leaf fica pior neste aspecto, se melhor, ou se é exactamente o mesmo. Um exemplo de um carro em que talvez caibam é o Fluence ZE. Não é pela largura exterior que se vê, o Prius+ é mais estreito e cabem 3 cadeiras, quase diria quaisquer.

Quando for possível eu tiro uma foto. Não é carro para 3 crianças. Sucede apenas que com estas cadeiras, neste momento, lá consegui.